Imprevistos. Não sabemos com garantia absoluta quando é que vão acontecer, só que são uma espécie de inevitabilidade. Como tal, é importante saber contorná-los. Porque ao salvaguardar este tipo situações estamos a garantir que vamos manter o foco, não reagimos de forma impulsiva e não ficamos paralisados durante um período de stress. Noutros termos: se dispormos de ferramentas para lidar com os problemas, adaptamo-nos melhor às adversidades.
Num contexto financeiro de uma família, esta máxima ganha uma importância ainda mais relevante, especialmente num período socioeconómico como o atual, em que a inflação e as altas taxas de juro emagrassem a nossa carteira. Porque ninguém está livre de um imprevisto. Nem mesmo os mais meticulosos orçamentos.
A situação súbita de desemprego, a falta de um prémio habitual no trabalho, o aparecimento de uma doença, um divórcio, a avaria de um carro ou de um grande eletrodoméstico. São tudo situações que ninguém consegue prever e que não só provocam um grande rombo nas contas habituais como originam um aumento de despesas imprevistas que podem condenar a estabilidade financeira de uma família ou agregado.
É neste âmbito de incerteza que entra a constituição de um fundo de emergência. Este “pé-de-meia” vai operar como uma boia de salvamento quando somos forçados a ter de gastar mais do que estávamos a contar porque vai atenuar o impacto financeiro do imprevisto. É uma folga orçamental importante que vai gerar tranquilidade em tempos de alguma incerteza.
Pois, quando o tema é “fundo de emergência” vemo-nos frequentemente à procura por mais informações relacionadas com literatura financeira e de métodos de poupança que facilitem a gestão do orçamento familiar. Um dos mais populares, é o Método 50/30/20, ou a Regra 50/30/20, que ganhou tração depois de explorada por Elizabeth Warren (a ex-candidata à presidência e atual senadora dos Estados Unidos da América é uma especialista em falências, que é frequentemente citada pelos meios de comunicação americanos) e a filha Amelia Warren Tyagi, no livro “All Your Worth: The Ultimate Lifetime Money Plan” (2005).
Na essência, a regra dita que divida o seu orçamento mensal da seguinte forma: 50% para as despesas fixas e indispensáveis (transportes, água, luz, telefone, gás, etc), 30% para fazer as coisas de que gosta e fazem parte do seu estilo de vida (idas ao ginásio, restaurantes e outras formas de lazer como a Netflix), estando os restantes 20% guardados para serem aplicados num fundo de emergência para poupar ou amortizar dívidas.
Numa realidade mais próxima, segundo o Plano Nacional de Formação Financeira, disponível no site Todos Contam, portal lançado em 2011 pelos três supervisores financeiros de Portugal – Banco de Portugal, Comissão do Mercado de Valores Mobiliários e Instituto de Seguros de Portugal (atual Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões) -, é aconselhado planear o orçamento de forma a obter uma determinada poupança, por exemplo, de 10% dos rendimentos.
No entanto, nem todas as famílias conseguem seguir estes métodos e percentagens porque os salários baixos em conjunto com o elevado custo do dia-a-dia dificultam a tarefa. Em Portugal, desde o dia 1 que o salário mínimo é de 820 euros. E pedir em 2024 que se coloquem 82 euros de parte para fazer um fundo de emergência é uma missão difícil.
Ainda assim, existem estratégias que se podem adotar, adaptando o valor consoante as possibilidades. Por exemplo, pode-se tratar desta poupança como se de uma despesa fixa mensal se tratasse, a ser “paga” no início de cada mês. O valor pode variar e haverá meses em que não será possível. Mas com a criação da rotina há sempre algum que se vai amealhando. E como reza a sabedoria popular, “grão a grão, enche a galinha o papo”. Uma poupança é uma poupança por mais pequena que seja.
É uma prática que deve ser universal e estar presente em todas as famílias e agregados. A elaboração de um orçamento pessoal e familiar não é só uma maneira de ver o que se ganha e o que se gasta (e com isso manter o controlo das despesas). É também uma ótima ferramenta para planear o futuro e definir planos a médio e longo prazo como a compra de uma casa, a constituição de família ou a preparação da reforma.
Quando construir o seu orçamento trace objetivos do que pretende fazer (poupar para comprar um carro ou fazer uma viagem) ou preveja quais são as despesas variáveis e sazonais que vai ter (Natal, férias, aniversários, casamentos).
O planeamento é um mapa durante um período em que acontece uma despesa inesperada. Saber quanto vai gastar mostra uma imagem mais clara das suas finanças nos próximos meses. Além de ser uma ferramenta de gestão essencial que permite alterar hábitos e dar conta das despesas supérfluas.
Outra maneira de atenuar as despesas passa por analisar a situação em que estão os seus seguros [linkar para artigo dos seguros]. Se bem aplicados e aproveitados, podem ser uma ferramenta muito útil para poupar dinheiro quando aparecem imprevistos. Se contratados sem critério e sem serem utilizados, podem ser uma fonte de despesa que agrava uma situação delicada e com qual já não estavam a contar.
Na teoria, sabemos que o importante é assumir o controlo das nossas finanças. Só assim se consegue navegar pelas “águas agitadas” das despesas imprevistas. Contudo, para muitas famílias, infelizmente, a realidade é bem diferente e as estratégias de poupança são impossíveis ou difíceis – o fundo de emergência pode não ser suficiente ou já fez um plano orçamental e ainda assim não tem margem de manobra.
Nessas situações, uma opção a considerar passa por fazer um pedido de financiamento como o Crédito Pessoal do Banco Primus. É uma opção rápida, digital e de fácil acesso, que em tempos de urgência, permitir ganhar algum tempo extra até reorganizar as suas contas, uma vez que se ajusta às suas necessidades e orçamento.